terça-feira, 29 de novembro de 2011

Prismático




São vagas as impressões
de onde olho:

um projeto girassol
em sombras de parede;

um lastro poema
de ouvido.

Lou Vilela

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domingo, 27 de novembro de 2011

Soul


Para Ray Charles


Ray Charles, by Junior Beéfierr



I
Os lábios selaram a despedida
não pôde ficar
,entre vãos,
retido.

II
Aquela porta para a estrada
[num quase nada]
cumpria o papel:
liberdade! liberdade!

III
Carregava no peito o desassossego;
nos olhos, todas as luas.

IV
A casa da infância
sorria, desdentada,
corroída pelo tempo
sem implante.

V
As letras, arabescos, serpentinas,
transitavam carnavalescas.

VI
O tempo, alforria e esteio.

Lou Vilela
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domingo, 13 de novembro de 2011

Discriminada

Imagem extraída daqui.


toca-se a língua
meio morna, meio lenta
meia larva

incoerenteMente
re par ti da

Lou Vilela
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Bela luna





Faz das ruas um palco;
da plateia, gato e sapato;
das pedras, querubins.
Irrompe noites em rima.
Quando cheia, pantomima;
parece, vai explodir.

Lou Vilela
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sábado, 5 de novembro de 2011

Calendário



À Daniela Delias, por seu 'Calendário Poético' e outros tantos.

 J. Anderson


 
equilibro junhos, ajusto
ardo dezembros de fênix
todo janeiro estreio.

Lou Vilela
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fin(c)ados


 
Da série raízes aéreas, de Laura Gorski.


Alguns, na saída,
nem sequer se despediram:
até hoje, é como se fossem retornar

sem prévio aviso

para o almoço.


Lou Vilela

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

La vie en rose

Mon’ry, printed for the Galeries Lafayette Berlin.


Provocada
Decompôs teorema

No fim restaram
Sob seu espanto
Poemas

Lou Vilela
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